Recorda-se de na semana passada falarmos no poder dos juros compostos? E em como eles eram importantes num investimento de longo prazo?
Hoje vamos falar em mais uma vantagem do investimento a longo prazo, o impacto que a correcção monetária tem nos seus investimentos.
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Antes de falarmos em correcção monetária nos investimentos a longo prazo, vamos primeiro de tudo saber o que é a correcção monetária?
No mercado imobiliário, quando existe uma venda, o fisco aplica ao valor de compra do imóvel o chamado coeficiente de desvalorização da moeda, tabela que é actualizada pelo governo, baixando assim o efeito da mais valia obtida pelo vendedor em sede de IRS/IRC.
O mesmo se passa actualmente nos activos mobiliários, a partir de 2015 com a nova reforma do IRS, passou a existir também a aplicação de uma correcção monetária ao valor de compra de um activo ( títulos de dívida, fundos de investimento etc ).
Passemos a um simples exemplo:
Compra de um fundo de investimento por 1.000€ em 2010, aplicando os coeficientes actuais, o valor passa a ser de 1.080€ ( 1,08 ), imaginando que o mesmo foi vendido à data de hoje por 1.050€, na primeira versão sem aplicação do factor correctivo, teríamos uma tributação sobre os 50€ de mais valia, actualmente com a correcção, o investidor teria na teoria uma menos valia no IRS ( 1.050€ – 1.080€= -30€ ), apesar claro de na prática ter tido 50€ de lucro.
Mas atenção, a correcção monetária só é aplicada após 2 anos de investimento.
Houve uma altura em que as actualizações dos coeficientes andavam mais rápido, actualmente desde 2012 que estão praticamente estagnadas em 1,01, o mesmo que dizer um impacto de 10€ por cada 1.000€ investidos, mas não deixa de ser um factor em ter em conta e que há muito era reclamado, um incentivo à poupança que muita gente desconhece e que tem passado ao lado da maioria das pessoas.
Bons investimentos.