A angústia causada por dificuldades financeiras e por estar endividado pode levar muita gente a agir por impulso e piorar a situação. É essencial trilhar as estratégias certas. Seguem os principais erros cometidos por quem está em dificuldades financeiras:
1. Deixar de pagar contas, seguros e impostos
Um dos primeiros erros de pessoas nesta situação é deixar de pagar despesas como contas de água e luz, além de seguro saúde, seguro do carro e Impostos.
No caso das contas de consumo, o não pagamento pode resultar não só no corte de um serviço essencial como também em multas que se acumulam e só tornam a dívida pior. Já em relação aos seguros, em caso de roubo ou acidente de carro, ou mesmo de um problema de saúde, o prejuízo das despesas resultantes será muito maior.
A alternativa: Reduza o consumo de água e luz e corte apenas despesas realmente não prioritárias, como telemóvel, TV por cabo, lavagem do carro, lazer. Faça o máximo de coisas em casa e ponha a família a participar. Muita gente tem medo de contar à família que a situação financeira está má, por sentir como se fosse um fracasso. Mas não é, não falar pode ser muito pior
2. Usar linhas de crédito mais rápidas e fáceis
Usar vários cartões de crédito para ir “rodando” a divida e empréstimos mais caros como são fáceis de usar e ótimos para tornar a dívida numa bola de neve.
Não caia na asneira de sacar dinheiro pelo cartão de crédito, porque paga bastante por isso. E não pague apenas o mínimo da fatura do cartão. Ao fazer isso, o restante da dívida continua a somar juros nos próximos meses.
A alternativa: Renegoceie as suas dívidas no seu banco. As dívidas dos cartões de crédito e de créditos rápidos podem se juntar e “trocar” por linhas de crédito mais longas com casa como garantia.
3. Manter investimentos e bens enquanto se afunda em dívidas
Há aqueles que, mesmo endividados até o pescoço permanecem com dinheiro em poupanças ou outras aplicações financeiras. Contudo, os empréstimos costumam ter juros mais altos do a rentabilidade dos investimentos, principalmente quando se fala de poupanças conservadoras. Mesmo quem não tem aplicações financeiras muitas vezes tem um imóvel, carro ou outro bem que poderia ser vendido para liquidar a dívida.
Alternativas: Quem estiver com dívidas altas e dificuldade de pagá-las apenas com os rendimentos do dia-a-dia deve considerar, antes de tudo, se desfazer das aplicações financeiras para liquida-las. Caso o dinheiro investido não seja suficiente e nem a renegociação da dívida possa ser feita, considere vender o carro ou a casa, trocando-os por opções mais baratas (ou, no caso do carro, ficar mesmo a pé por algum tempo, utilizar os transportes públicos ou boleia).
4. Arriscar o pouco que tem em “jogadas de mestre”
Outro erro bastante comum é aplicar os poucos recursos que têm em “grandes negócios” para conseguir retornos altos rapidamente. Alguns vão para a Bolsa e tentam negociar as acções a curto prazo; outros vão para o Poker online,… Há ainda aqueles que caem na lábia de “artistas”que prometem rentabilidades altas em investimentos mirabolantes.
Jamais entre na Bolsa visando o curto prazo, principalmente se é inexperiente assim como no poker. Em relação aos investimentos mirabolantes que prometem altas rentabilidades, fuja deles. Não acredite em promessas de rentabilidade, pois nenhuma aplicação altamente rentável pode, de fato, prometer retornos definidos.
Estranhos que prometem “salvar lhe a vida” no momento de dificuldade financeira quase sempre é golpe. Um golpe bastante comum é a promessa de “limpar o nome do Banco de Portugal” mediante remuneração.
A alternativa: A única forma de “limpar o nome do BdP” é por meio da renegociação da dívida com o credor, o que pode ser feito por intermédio de empresas especializadas ou da defesa do consumidor. São apenas negociadas novas condições, como prazo ou taxa de juros, mas o pagamento da dívida continua a ser necessário. Qualquer promessa de “limpar o nome” sem pagar é golpe.