Com o fim das moratórias, surge a necessidade de encontrar alternativas para as famílias em risco de entrarem em incumprimento. Se é o seu caso, conheça algumas soluções que o podem ajudar.
Em março de 2020, o Governo possibilitou a adesão às moratórias com o objetivo de ajudar as famílias em risco de entrarem em incumprimento no pagamento dos seus créditos. Perante a duração da pandemia, em 2021 foi então aprovado um novo período de adesão às moratórias.
As moratórias foram e têm sido uma solução valiosa para muitas famílias. Contudo, é apenas uma solução temporária. Por essa razão, é importante que comece a analisar a sua situação e a identificar alternativas que o ajudem a não entrar em incumprimento. Conheça a seguir algumas dessas alternativas.
Quando terminam as moratórias?
A data do fim das moratórias varia consoante a data de adesão e o tipo de moratória. Assim:
Moratória Pública
Se aderiu à moratória pública até 30 de setembro de 2020, a duração que estava prevista até 31 de março de 2021 foi alargada até 30 de setembro de 2021.
Se aderiu até 31 de março de 2021, a moratória tem a duração de nove meses, terminando no limite até 31 de dezembro de 2021.
Moratória Privada
Se aderiu à moratória privada, os prazos variam consoante o crédito contratado:
- Para créditos habitação e outros créditos hipotecários: 31 de março de 2021;
- Para créditos pessoais: validade de 12 meses até à data limite de 30 de junho de 2021.
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Leia também: Perguntas e Respostas sobre a adesão às Moratórias de Crédito
Quais são as alternativas?
Consolide os seus Créditos
Esta é uma alternativa às moratórias para quem tem vários créditos. De forma resumida e simples, um Crédito Consolidado permite reunir várias prestações numa única com melhores condições. Em termos práticos, ao invés de ficar a pagar diferentes prestações, em diferentes momentos, com diferentes valores, passa a pagar uma única prestação com um prazo de pagamento fixo.
Por ser um modelo de crédito que ajuda ao cumprimento do pagamento das prestações, tem sido muito procurado nos últimos anos, especialmente por cidadãos e famílias que se encontram numa situação financeira débil e não têm margem financeira para pagar tantos créditos.
Através do Crédito Consolidado, conseguirá:
- Uma redução considerável da prestação comparativamente ao valor pago anteriormente por todas as prestações. A redução do valor dos seus créditos pode chegar aos 50 ou 60%.
- A aplicação de uma única taxa de juro inferior às anteriores;
- Uma única data de pagamento: se possui várias prestações mensais com diferentes datas de pagamento, terá maior praticidade no pagamento dado que só terá uma prestação com uma data de pagamento fixa;
- Aumento do prazo de pagamento.
Para saber como deve fazer para consolidar os seus créditos, consulte o nosso artigo Crédito Consolidado: Juntar os seus Créditos? Saiba como o pode fazer!
Fale com o seu banco
Se está numa situação complicada, exponha o seu problema ao seu banco e tente renegociar a taxa de juro ou o alargamento do prazo do empréstimo. Mais tempo para pagar o crédito, significa uma prestação mensal mais reduzida. Contudo, naturalmente que isso também significa um aumento dos juros totais.
É importante que perceba se é possível melhorar as condições atuais dos seus créditos e seguros. Se atualmente tem uma taxa de spread acima de 2% no Crédito à Habitação, por exemplo, então está mais do que na altura de renegociar esta taxa. Atualmente os valores praticados estão abaixo dos 2%.
Alternativas para quem tem Crédito à Habitação
1) PONDERE TRANSFERIR O CRÉDITO À HABITAÇÃO
Se o seu banco não foi flexível, ou se as soluções apresentadas não foram suficientes, avalie quanto pode poupar se transferir o seu Crédito à Habitação.
Para o ajudar a perceber quanto pode poupar, vamos usar um caso real de alguém que transferiu o seu Crédito Habitação através dos nossos parceiros:
A pessoa em causa tinha uma prestação de 375€ mensais com um spread de 1,85%. A dívida total era de 123.000€. Pagava ainda de seguro de vida 39,06€/mês na cobertura mais fraca do mercado – Invalidez Absoluta e Definitiva.
Com a ajuda dos nossos parceiros, conseguiu reduzir o spread para 1,1% e passou a ter uma prestação de 332€ mensais. E o que significa isto em termos de poupança? Ora, fazendo as contas, percebemos que isso resulta numa poupança de 43€/mês multiplicado por 408 meses. Ou seja, vai conseguir poupar 17.544€ até o Crédito Habitação terminar.
Alem disso, fez os seguros fora do banco na melhor cobertura de mercado, Invalidez Total e Permanente 60%, e ficou a pagar 28,92€/mês, traduzindo-se numa poupança base de 4.137,12€, face ao que tinha anteriormente, sem ter em conta a evolução dos prémios ao longo da idade, que faz ainda aumentar substancialmente este valor.
Mas não ficamos por aqui. A pessoa em causa também pagava um conjunto de despesas associadas: 5,50€ de mensalidade no banco, 1,15€ de custos do Cartão de Crédito (mensalidade + anuidade) e ainda 3,02€ de processamento da mensalidade. Ao transferir o crédito, conseguimos baixar essas despesas para 3,50€ por mês. Ou seja, uma poupança total de 2.517,36€ no final do novo contrato.
Assim, no total, a pessoa conseguiu uma poupança de 24.198,48€.
Esta poupança é muito significativa, especialmente para quem está numa situação financeira complicada. Por isso, procure analisar e comparar as diferentes opções do mercado e perceber então quanto é que pode poupar se transferir o seu Crédito à Habitação. O ideal é contar com ajuda especializada neste processo pois são muitas as condições a analisar. Pode preencher este formulário ???? para receber uma proposta adaptada ao seu caso.
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Leia também: Covid-19: é boa altura para Transferir o Crédito Habitação?
2) POUPE AO TRANSFERIR O SEGURO DE VIDA
Ter um Crédito Habitação implica, como condição habitual, contratualizar um Seguro de Vida. Mas sabia que é possível transferir esse seguro para outra entidade com condições mais vantajosas? Com a transferência do Seguro de Vida do Crédito Habitação é possível, na grande maioria das situações, uma poupança até 60% nas mensalidades.
Mais uma vez, antes de tomar a sua decisão, é importante analisar e comparar as diferentes opções do mercado para o Seguro de Vida. Por isso, peça uma simulação para conhecer uma proposta que o ajude a poupar.
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Leia também: Poupe ao transferir o Seguro de Vida do Crédito Habitação
Fim das Moratórias – se necessário, recorra ao PARI e ao PERSI!
Se tentar algumas das soluções anteriores e chegar à conclusão que não são suficientes e que não vai conseguir pagar as prestações dos créditos depois do fim das moratórias, recorra aos instrumentos de proteção ao consumidor:
- Plano de Ação para o Risco de Incumprimento (PARI): deve alertar o banco para o risco de vir a incumprir devido, por exemplo, a uma situação de desemprego ou de doença. Depois, o banco deve avaliar a sua capacidade financeira e, se verificar que dispõe de meios para evitar o incumprimento, deve propor-lhe soluções adequadas à sua situação financeira, objetivos e necessidades. Ou seja, o banco deve criar um documento, o PARI, com todas as diretrizes para que se evite o incumprimento.
- Procedimento Extrajudicial de Regularização de Situações de Incumprimento (PERSI): trata-se de um acordo que pretende ajudar os dois lados (cliente e banco) a chegarem a um acordo, no caso de haver atraso no pagamento das prestações. Ao contrário do PARI, o PERSI é então acionado quando já se verifica o incumprimento.
Como viu, existem várias soluções que pode e deve tentar antes de ficar numa situação financeira complicada. O ideal é sempre atuar de forma preventiva, criando desde já soluções para evitar o incumprimento. Não hesite em contar com ajuda especializada neste processo.
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Leia também: Fundo de Emergência: saiba como criar e qual o valor que deve poupar