A subida da Euribor tem um impacto significativo na prestação do crédito habitação. Contudo, existem algumas opções que podem atenuar esse impacto.
As previsões era muitas e agora chegou a altura em que a Euribor passou para terreno positivo. Nos últimos anos as taxas de juro mantiveram-se negativas, o que permitiu que muitos portugueses conseguissem crédito com maior facilidade. Contudo, com a subida da inflação na Europa, também as taxas de juro começaram a subir. Para quem tem crédito habitação com taxa variável, por exemplo, esse é um cenário que cria alguma ansiedade. Neste artigo explicamos-lhe algumas das opções que tem disponíveis para começar já a preparar a subida da prestação mensal.
Subida das Taxas de Juro e o impacto no Crédito Habitação – O que fazer?
Com a subida das taxas de juro, é inevitável que também a prestação do crédito habitação comece a subir nos próximos meses. A Euribor a 12 meses já está positiva e nos restantes prazos tem-se registado uma tendência igualmente crescente. Por isso, é altura de começar a acautelar o impacto desta subida no seu crédito habitação. Como?
1) Perceba o impacto da subida dos juros
Em primeiro lugar, é importante perceber o impacto da subida da taxa de juro na prestação mensal. Porquê? Porque isso vai permitir avaliar se a sua taxa de esforço não ultrapassa o recomendado: 35% do rendimento mensal. Para isso, use a nossa “Calculadora da nova prestação da Euribor“.
Para perceber como funciona na prática, vamos deixar um exemplo:
[box] Crédito Habitação
Montante em dívida: 100 mil euros
Taxa de Spread: 1%
Meses em falta: 360 meses (30 anos)
Taxa Euribor atual (aqui indica a possível nova taxa Euribor): 0.325%
Taxa Euribor antiga (aqui indica a taxa Euribor em vigor): -0.237%
Resultado: com a subida da Euribor, a prestação mensal passaria de 310,87 € para 336,79 €, uma subida de 25,92 €. [/box]
Depois de perceber qual seria o aumento da prestação mensal, avalie o impacto dessa subida na sua taxa de esforço. Para isso use a nossa “Calculadora da Taxa de Esforço“. Se chegar a conclusão que a subida da prestação ultrapassa a referência dos 35%, então está na altura de tomar algumas medidas.
2) Tente renegociar as condições do crédito habitação
Perceba se é possível melhorar as condições atuais do seu crédito habitação. Fale com o seu banco e tente renegociar algumas condições. Se atualmente tem uma taxa de spread acima de 2% no crédito à habitação, por exemplo, então está mais do que na altura de renegociar esta taxa. Já existem no mercado bancos a fazer 0.9% de spread. A redução do spread vai permitir um alívio na prestação mensal.
3) Pondere transferir o crédito habitação para outro banco
Se o seu banco não foi flexível, ou se as soluções apresentadas não foram satisfatórias, avalie quanto pode poupar se transferir o seu crédito habitação para outro banco. Procure analisar e comparar várias opções. Se precisar de ajuda, preencha este formulário e os nossos parceiros enviam-lhe uma simulação gratuita.
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Leia também: Transferir o Crédito à Habitação: quanto é que se poupa?
4) E o seguro de vida do crédito habitação, é possível baixar?
Não se esqueça que o seguro de vida também é uma despesa a ter em conta. Sabia que pode transferir apenas o seguro de vida? Se subscreveu um seguro sugerido pelo banco onde tem o crédito, é provável que lhe tenham aplicado uma bonificação do spread. Ainda assim, isso não significa que compense manter o seguro onde está. Se encontrar uma proposta de seguro mais barata, isso pode compensar a perda da tal bonificação do spread (na maioria dos casos compensa). Mais uma vez, peça ajuda nessa tarefa.
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Leia também: Crédito à Habitação: será que tem o melhor Seguro de Vida?
5) Será que está na altura de mudar para a taxa fixa?
Esta é talvez a questão que mais recebemos este ano. Neste momento, a taxa variável ainda está a compensar relativamente à taxa fixa. Contudo, ninguém pode prever o futuro e por isso não há uma resposta certa a esta questão. Claro que, se tem aversão à incerteza, talvez a taxa fixa seja a melhor opção porque assim sabe exatamente quanto é que vai pagar nos próximos tempos. Para além disso, se acha que consegue controlar melhor o seu orçamento familiar sem as oscilações da taxa de juro, então deve mudar. Tenha apenas em mente que, tal como já explicámos, atualmente isso vai implicar um aumento da prestação.
Sobre este tema, consulte o nosso artigo “Crédito Habitação: está na altura de mudar para Taxa Fixa?“.
6) Se for necessário, aumente o prazo de reembolso
O aumento do prazo é uma das opções mais utilizadas para aliviar a prestação mensal dos créditos, embora possa não ser a ideal. Mais tempo para pagar o crédito, significa uma prestação mensal mais reduzida. Contudo, mais tempo a pagar o crédito também significa um aumento dos juros totais. Não opte por esta opção sem analisar qual será o custo adicional no final do contrato.
7) Faça uma amortização parcial
Tem algum dinheiro disponível, para além do fundo de emergência? Então pondere amortizar o crédito. Essa amortização implica o pagamento de uma comissão, mas assim consegue reduzir o capital em dívida e, por consequência, a prestação mensal.
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Assista no youtube: Como pagar o seu crédito habitação em menos de metade do prazo
Subida das Taxas de Juro – Aproveite estas soluções para poupar e acautelar o futuro
Seja qual for a solução que vai escolher, o importante é aproveitá-la para começar desde já a acautelar o futuro. Ninguém sabe o que vem por aí e por isso precisa de estar um passo à frente. Para além de procurar reduzir a prestação mensal, procure também formas de poupar e, quem sabe, aumentar os seus rendimentos. Consulte o nosso artigo 8 Dicas Fundamentais para Poupar em 2022 para ter algumas ideias.
Tente agir sempre de forma preventiva para evitar ficar numa situação financeira “apertada” e, no pior dos cenários, entrar em incumprimento com as suas obrigações. Lembre-se também que a subida das taxas de juro se refletem noutros créditos.
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Leia também: Crédito à Habitação – A importância de ter um Intermediário de Crédito
Vendi o meu apartamento recentmente e adquiri um novo que ainda se encontram em construção e para o qual só vou morar no primeiro trimestre do ano que vem.
Com esta subida das taxas, só tenho medo que quando chegar à altura de contratar um novo crédito, não me dem condisções aceitáveis…
Para já o banco onde tenho o meu crédito actual até me garante o novo empréstimo, mas daqui até poder fazer a escritura do novo imóvel “muita água vai passar por baixao da ponte”…
Acho que não podir ter escolhido pior altura para mudar de casa 🙁
A banca para já ainda tem liquidez, não me parece que haja problemas durante pelo menos o ano de 2022.